Mohs

Não há nada mais inovador do que projetos, empreendimentos e estudos que resolvam os principais problemas sociais, ambientais e econômicos do nosso planeta. Um dos principais problemas de toda a América Latina e Central é a falta de habitações sustentáveis devido à industrialização da construção civil após a invenção do cimento.

Em 1824, Joseph Aspdin foi responsável pela elaboração do chamado Cimento Portland. Além de encarecer as obras, o cimento monopolizou toda a comercialização dos materiais de construção, provocando o fim das tecnologias de construção ancestrais que utilizavam a terra como material principal.

Nosso projeto, além de oferecer mecanismos reais que possibilitam a construção de sua própria casa com recursos e materiais locais, mostra que esse modelo de bioconstrução é mais resistente e eficiente, pois trata-se de uma técnica construtiva que utiliza materiais de baixo impacto ambiental, criando sistemas alternativos de tratamento de resíduos e consumo de água e energia, trazendo conforto para os moradores ao se adaptarem ao clima local, além de oferecer um estilo de vida sustentável e econômico.

O alto padrão de acabamento de nossas obras, com design artístico que proporciona um conforto térmico infinitamente superior ao das construções atuais, é o que mais chama atenção do nosso trabalho.

Resgatamos tecnologias ancestrais de construção (Patrimônio Imaterial) com terra, tais como: Adobe, Taipa de Pilão, Taipa Leve, Pau a Pique, Cob e Construções com Palha, técnicas essas que são adaptadas e transformadas em uma tecnologia sustentável que podem ser utilizadas não apenas no campo, mas também nas grandes cidades.

O desenvolvimento e a criação da primeira Máquina de Adobe tradicional, uma das grandes inovações do projeto, sem adição de cimento, automatizada e inteiramente “Made in Brasil”, viabiliza construções em qualquer lugar do mundo, diminuindo o tempo de produção, pois o que antes era feito manualmente, agora, com essa moderna máquina, podemos atingir uma produção de até 420 tijolos por hora. Porém, a maior inovação desse projeto arquitetônico é a leitura de todo terreno e a utilização dos princípios da permacultura, que é a base de diversas ecovilas, visando um assentamento humano sustentável que integra as atividades sociais, promovendo moradia, sustento, produção, laser e vida social em um único local, sem que essas atividades sejam nocivas à natureza.

A permacultura foi sistematizada para dar resposta à nova e crescente consciencialização da degradação ambiental global:

“Cada elemento do sistema (casa) deve ter pelo menos três funções, como, por exemplo,   habitação, produção de alimentos, captação de água da chuva e tratamento do esgoto; e essas três funções têm que se interligar com outras três funções de outros elementos do sistema, por exemplo: a água da chuva irriga a horta e o tratamento de esgoto produz bio-fertilizante para as agroflorestas). Esse simples princípio possibilita ter vários Núcleos de Produção em um mesmo espaço físico, diminuindo os custos operacionais do empreendimento como um todo.

Na Ecovila da Lagoa – Centro de Pesquisa, localizada em Planaltina de Goiás, às margens da Lagoa Formosa, as pessoas têm a oportunidade de vivenciar experiências diversas de acordo com suas habilidades, estudos, ritos, performance, ofícios, pensamentos e demais talentos. Daí, a evolução do conceito “MOHS – Modelo de Ocupação Habitacional Sustentável”, de forma cooperativa, utilizando a permacultura como norte conceitual; a bioconstrução como metodologia a ser utilizada em todas as edificações e tratamentos de efluentes; a agricultura orgânica e biodinâmica como forma de produzir e processar os alimentos; a produção de óleos essenciais e a aromaterapia associados a uma medicina ecológica como forma de manter a saúde física.

No que se refere à saúde mental, aplicamos os conceitos da Psicologia Transpessoal em associação com a Respiração Holotrópica, uma profunda vivência terapêutica de autoexploração, moderna corrente da Psicologia criada pelo Psiquiatra Stanislav Grof, um de seus fundadores e principais teóricos, e sua esposa, Christina Grof.

O design permacultural desenvolvido na Ecovila da Lagoa consiste na execução de um projeto completo de permacultura em um local que nos permita trabalhar com diversos Núcleos de Produção (NPs):

. Bioconstrução;
. Aquaponia;
. Produções orgânicas;
. Plantas medicinais;
. Terapias;.
. Processamento de alimentos;.
Hotelaria;
. Educação;
. Eventos culturais.

O projeto de construção de casas na Ecovila da Lagoa é desenvolvido com a utilização da matéria-prima “adobe”, que é um tijolo de terra e fibras vegetais misturados com água, moldados e secos ao ar livre, sem queima.

No centro de cada núcleo habitacional haverá um lago de 600m³ de onde será retirada a terra e esta transformada, pela máquina automatizada, em tijolos tipo adobe e estes empilhados ao lado das obras, diminuindo, com isso, em 80% os gastos energéticos de transporte e produção.

Então, o planejamento da arquitetura atendendo as necessidades básicas e específicas de moradia para uma família de forma sustentável é o que temos de mais inovador.

Tamera Healing Biotope, em Portugal, teve grande influência no nosso processo criativo. Foi em Portugal, nos anos 70, quem iniciou o conceito de ecovilas, juntamente com Findhorn – Scotland, ambas co-criadoras desse novo sistema de vida chamado “ecovila”, e com um grupo de amigos alemães, não satisfeitos com esse sistema capitalista consumista e com o sistema extrativista dos recursos naturais finitos, que até hoje é a nossa matriz energética.

Sabine Lichtenfels e Dieter Duhm já previam as grandes crises e desastres naturais, políticos e sociais que estão acontecendo hoje, fruto do mesmo mal do modelo vivido hoje. Foram para o sul de Portugal, em 1978, e criaram um novo modelo de sociedade futura com um grupo de duzentas pessoas de diferentes gerações, nacionalidades e diversidades culturais convivendo em um sistema de vida totalmente

diferente do que é conhecido aqui no Brasil. Foi, realmente, um choque cultural e de realidade.

“Criar um modelo de ocupação habitacional, utilizando os princípios de Design de Permacultura, a Bioconstrução em suas edificações, promovendo o desenvolvimento regional e descentralizado, buscando diminuir as necessidades do Estado.”

Características empreendedoras que consolidam o modelo de negócios e justificam a viabilidade do seu projeto e/ou empreendimento.

O princípio de Design de Permacultura se constitui da seguinte forma:

Cada elemento do sistema (casa) deve ter pelo menos três funções (habitação, produção de alimentos, captação de água da chuva e tratamento do esgoto) que se interligam promovendo alguma troca energética com outras três funções de outro elemento do sistema, como por exemplo, a água da chuva que irriga a horta e o tratamento de esgoto que produz biofertilizante para as agroflorestas.

Empreendimento que evidencia sustentabilidade de verdade

O conceito de sustentabilidade tem sua origem relacionada ao termo “desenvolvimento sustentável”, definido como aquele que atende às necessidades das gerações presentes, sem comprometer a capacidade de as gerações futuras suprirem suas próprias necessidades. Porém, vamos mais além.

A palavra “sustentabilidade” está intrinsecamente ligada a quatro fatores:

. Ecológico – impacto energético positivo;
. Econômico – o processo de produção regional deve beneficiar a região;
. Social eCultural.

O modelo Ecovila da Lagoa atuou positivamente durante dez anos na região, promovendo o tratamento de 100 % de seu esgoto, utilizando o sistema de fossa e de evapotranspiração e sanitário compostável. A separação dos lixos em suas devidas composteiras finalizam o tratamento dos dejetos.

Toda a área, com mais de 1.000m² de construção, foi erguida com técnicas que utilizam a terra como principal matéria-prima. Foram construídos 9.450m³ de lago para armazenar água da chuva e produzir peixes.

Desenvolvemos uma tecnologia diferenciada nas obras, o “adobe”, produzido em uma máquina que produz tijolos de uma forma automatizada, buscando viabilizar construções sustentáveis em um curto espaço de tempo. Para obras de dois pavimentos, utilizamos novos travamentos estruturais com ferro e concreto em colunas de adobe.

Para finalizar, temos a parte cultural, que promove festivais de arte, cultura e entretenimento, divulgando artistas locais e promovendo diversas oficinas para as crianças e familiares, que sinalizam o que fazemos para ter esse impacto positivo na área.

Nosso sistema de produção e processamento de alimentos orgânicos com desidratação solar finalizam os pré-requisitos necessários para  a sustentabilidade.

Motivação para viver diferente

Nosso Projeto foi elaborado sob a ótica da permacultura, que é # Respeite o Planeta  # Respeite as Pessoas e, por fim, # Distribua o Excedente.

Baseados nesses princípios, projetamos um espaço onde não escolhemos os longos discursos políticos ou falas religiosas para convencer as pessoas a mudar de vida, muito menos converter ou impor nosso estilo de vida a alguém. Apenas criamos um lugar seguro para que o indivíduo possa ter a oportunidade de se expressar, criar, trabalhar e viver de acordo com a sua  real identidade, sem rótulos, limites de ideias ou padrões a serem seguidos. Quando problemas são detectados, oferecemos possibilidades de evolução, preservando a liberdade individual de cada indivíduo, de ser responsável por qualquer intervenção no sistema ou ao seu redor, e nos dispomos a apoiar nos erros, uma vez que só erra quem arrisca fazer o diferente, o inesperado. A resiliência é uma ferramenta poderosa de cura e transformação de todo o sistema.

A nossa contribuição para as pessoas é mostrar que, com organização e metas definidas, esse modelo pode ser reproduzido em um bairro  qualquer.

O fomento harmônico entre cultura, meio ambiente &  produção através do desenvolvimento de tecnologias sociais sustentáveis inclusivas que promovam a dignidade.

Criar o MOHS ( modelo de ocupação habitacional sustentável) , utilizando os princípios de design da permacultura  e Bioconstrução em suas edificações e tratamento de dejetos e efluentes, promovendo o desenvolvimento regional &  descentralizado, bioconstruindo : Arte, tecnologia, cultura e Espiritualidade resultando a diminuição às dependências do estado.

II Criar um centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação em economia & tecnologia verde.

III Implementar uma rede hoteleira sustentável com núcleos de educação, esportes, entretenimento e terapia.

IV Produzir Alimentos com padrão de Qualidade Internacional, através da agricultura Orgânica, Biodinâmica e aquaponica.

V Desenvolver e incubar iniciativas que criem Tecnologias sustentáveis.

VI Promover Eventos eco-educativos esportivos e culturais.

VII Produzir Equipamentos de Kitesurf, Stand-up e esportes aquáticos de prancha.

VIII Desenvolver jogos eletrônicos e aplicativos digitais para comunicação social, abordando comportamentos sustentáveis.

IX Produzir, captar e distribuir conteúdo audiovisual didático e desportivo, de todas as áreas multidisciplinares. 

X Resgatar, proteger e Preservar o Patrimônio Imaterial.

XI Capacitar cooperativas para Implementar um sistema de recuperação e preservação da biodiversidade e dos recursos hidricos dos mananciais de Águas Emendadas.

Ser uma empresa sustentável adaptada para os tempos Pós – pandêmico, onde os recursos naturais não renováveis estão chegando ao fim, buscando alternativas reais sobre um novo modelo de produção e tecnologias capazes de suprir as necessidades de habitação, saúde, produção de alimentos, de arte, de cultura & Espiritualidade.